Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



sábado, 30 de outubro de 2010

Amor Platônico

Eu o vi
Casualmente
Ele nem parecia tão irresistível assim
Mas tinha qualquer coisa que me encantava

Talvez os olhos
(verdemente hipnotizantes)
Ou a pele
(delicadamente branca)
Como saber?
Não importava...

Ele se tornaria personagem da minha fantasia
E seria perfeito
(como os poemas de Vinícius ou as crônicas do Pena)

Quimérico e intocável
Foi com ele que descobri:
A alquimia das palavras
pode ser quebrada pela in-sensibilidade da química

Enfim,
É como disse o poeta de Itabira:
"Se dissipou, não era poesia"!

(Aline Barra - 08/08/2010)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Esboço, meu

Um amontoado de
Desejos
Urgências
Saudade e
Fome

Um quê de
Inconstância
Melancolia
Saciedade
Sabor e
Angústia

Uma alma inquieta
vestida de fleuma.

Um olhar triste
coberto de lentes.

Um sorriso tímido
colorido de esperança.

Uma natureza audaz
apoiada em incertezas.

Uma essência recatada
despida em palavras.

Um universo de sonhos
estampado em poesia.

Bailarina.
Equilibrista.

Náufraga
do amor.
Navegante
na vida!

(Aline Barra - 24/10/2010)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O reverso do Palhaço

De fala romântica
E coração cigano
O Palhaço também era
Caixeiro viajante
(vendedor de sonhos)
Exímio negociante
Hábil na arte do encanto

Na bagagem
Uma prateleira

Guardava olhar doce (e ávido)
Atitude generosa
Sentimentos confusos
E uma peculiar coleção de amores

A sacola amarela levava
Os apetrechos de pintura

Pintava rostos e coisas
Incluindo quadros e emoções

Pintava a vida
Evitava a dor
Pintava música
Cantava cor

Mas o artigo mais cobiçado
Do Palhaço vendedor
Não estava na prateleira
Nem na sacola amarela
Tampouco eram os sonhos

Ele tinha qualquer coisa que não se vê
Qualquer coisa que só se pode ter
De olhos fechados...

(Aline Barra - 11/10/2010)