Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Virada para a lua

(Tarsila do Amaral, A Lua)


É difícil manter os pés no chão
quando a realidade (?) me atropela
me estupra
me violenta a alma

Minha essência é aérea
meu mundo
in-concreto
sou das imagens
dos sentidos

Quero Os Girassóis
e os Campos de Trigo
quero A Lua, o Sol Poente
e Meninos Soltando Pipas

Quero dormir Alice
e acordar Clarice

Quero os filmes franceses
as asas que me cortaram
e as sapatilhas que não calcei

Quero de volta
a fome no peito
o pé na estrada
e o ventre fértil

Quero poder sonhar
e fazer da vida o meu sonho

Ainda que eu permaneça virada para a lua.


(Aline Barra – 14/07/2011)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Confissão


Pelejo
para que meu coração
não se renda a penas
para que não seja [só] apenas
um órgão muscular
oco

Sonho
para que ele [tendo penas]
construa asas
e reaprenda a voar

No entanto
confesso:
falta ar!



(Aline Barra – 05/07/2011)