Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O reverso do Palhaço

De fala romântica
E coração cigano
O Palhaço também era
Caixeiro viajante
(vendedor de sonhos)
Exímio negociante
Hábil na arte do encanto

Na bagagem
Uma prateleira

Guardava olhar doce (e ávido)
Atitude generosa
Sentimentos confusos
E uma peculiar coleção de amores

A sacola amarela levava
Os apetrechos de pintura

Pintava rostos e coisas
Incluindo quadros e emoções

Pintava a vida
Evitava a dor
Pintava música
Cantava cor

Mas o artigo mais cobiçado
Do Palhaço vendedor
Não estava na prateleira
Nem na sacola amarela
Tampouco eram os sonhos

Ele tinha qualquer coisa que não se vê
Qualquer coisa que só se pode ter
De olhos fechados...

(Aline Barra - 11/10/2010)



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