no princípio era o verbo
em genuíno compasso
rima e concordância
moros
o filho inevitável de nix
segue tecendo
ornada de mistérios
a trama da minha vida
rima e concordância
depois
inter-rompido o verbo
deu-se o hiato
mudo e polissêmico
moros
o filho inevitável de nix
segue tecendo
ornada de mistérios
a trama da minha vida
(Aline Barra – 22/12/2011)
"O destino não vem do exterior para o homem, ele emerge do próprio homem."
ResponderExcluirRainer Maria Rilke
A perda do paraíso no Gênesis. O trauma do nascimento de Otto Rank... Eis o verbo interrompido.
ResponderExcluirAs circustâncias, o destino, o acaso, ou seja, o que nos acontece alheio às nossas escolhas. Eis o mistério que nos tece.
Somos a soma de destino (moros) e das escolhas que fazemos na noite (nix) escura das incertezas.
Eis nossa inegável, árdua, porém fascinante condição.
Fazer poesia só tem sentido se tiver uma conexão rente com a vida, com a existência em grau zero. Esta encontramos em abundância no seu blog.
Abraço!
Robert,
ResponderExcluiré fascinante como vc vai fundo na poesia da vida. Que bela leitura vc fez!
Obrigada por com-partilhar! Abraços!
Aline,
ResponderExcluirsempre cri que somos um milacre encruado na eternidade. Mas tenho esperança, pois nossa composição de barro é bastante maleável.
Abraços!
"No princípio era o verbo... E o verbo se fez carne e habitou entre nós."
ResponderExcluirInevitável o paralelo da definição de Cristo, que transformou-se em homem e habitou entre os mortais.
Beijos, Aline!