Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

da linguagem oculta do destino


                               


no princípio era o verbo
em genuíno compasso
rima e concordância

depois
inter-rompido o verbo
deu-se o hiato
mudo e polissêmico

moros
o filho inevitável de nix
segue tecendo
ornada de mistérios
a trama da minha vida


(Aline Barra – 22/12/2011)

5 comentários:

  1. "O destino não vem do exterior para o homem, ele emerge do próprio homem."
    Rainer Maria Rilke

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  2. A perda do paraíso no Gênesis. O trauma do nascimento de Otto Rank... Eis o verbo interrompido.
    As circustâncias, o destino, o acaso, ou seja, o que nos acontece alheio às nossas escolhas. Eis o mistério que nos tece.
    Somos a soma de destino (moros) e das escolhas que fazemos na noite (nix) escura das incertezas.
    Eis nossa inegável, árdua, porém fascinante condição.
    Fazer poesia só tem sentido se tiver uma conexão rente com a vida, com a existência em grau zero. Esta encontramos em abundância no seu blog.
    Abraço!

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  3. Robert,

    é fascinante como vc vai fundo na poesia da vida. Que bela leitura vc fez!

    Obrigada por com-partilhar! Abraços!

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  4. Aline,

    sempre cri que somos um milacre encruado na eternidade. Mas tenho esperança, pois nossa composição de barro é bastante maleável.

    Abraços!

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  5. "No princípio era o verbo... E o verbo se fez carne e habitou entre nós."

    Inevitável o paralelo da definição de Cristo, que transformou-se em homem e habitou entre os mortais.

    Beijos, Aline!

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