Observo
impotente
o corpo frágil
desfazendo-se
de mim
tento argumentar
:
:
gotículas de afeto hão de cair sobre ti
quero que fiques um pouco mais
é cedo. ainda. creio [!]
não adianta
meus argumentos se mostram
tão frágeis quanto o próprio corpo
[ele parece já não crer]
e tal qual
a rosa da tarde
definha
não por escassez de água
mas por excesso
de falta[s]
Eros está morto. E sem ele Psique não tem por quê.
(Aline Barra – 15/09/2011)
Você escreve, se descreve, eu leio, me leio...
ResponderExcluirBonito, a mitologia da sua escrita...
"Vandárdigo!"
ResponderExcluirAmo, amo, amo.
Gostei muito de:
"e tal qual
a rosa da tarde
definha
não por escassez de água
mas por excesso
de falta[s]"
(porque existe uma grande diferença entre escassez e excesso de falta[s])
Beijo, querida poetisa!
Mima.
Obrigada, Meninas!!!
ResponderExcluirCom tantos carinhos minha alma se aquieta e baila..
Beijos!
Aline, desejo-te uma chuva 'abundante' na medida que possa regar a terra que sofre 'excesso de faltas' e que nasçam lindas flores!
ResponderExcluirAbração!
Macabéa,
ResponderExcluirter vc por aqui já é pura chuva em abundância!
Obrigada!
teu poema é emoção pura e para mim queria só isso: " gotículas de afeto hão de cair sobre ti"
ResponderExcluirseria um bom momento de paz interior
Oi Ediney!
ResponderExcluirObrigada! Seja bem vindo!
Abraços!
paraíso - um sopro de véspera
ResponderExcluironde
suspenso o sonho
após o sonho do canto
agora adversa e indigesta
a véspera de um dia de espanto
- solitária ninfa entre fantasmas e anjos fulvos
és a gárgula
de afogadas falésias
entre o fôlego e o fósforo riscado
vigorosos sonhos em delírios
invasores
roubam-lhe a chama
em combustão - de líquido viscoso
varrendo-lhe centelhas de relâmpagos
já se põe
o sol em teus meandros
entremeado aos rios esculpidos
em rochas inquisidoras e aturdidas
da mão
que toca os cabelos
no fundo das correntes e te sobe
com os dentes rangendo até os pêlos
em latejo
tens as virilhas
entreabertas em brasa e saliva
a língua sobre o templo que cintila
vislumbras
o paraíso num inferno
e noutro e mais outro - explodes
em ruínas e escamas ao desespero
exclamas
e recordas dos delírios
embora o labirinto que te devora
não lhe permita noites de fascínios
diante de mim
já adormeces sonhos
e os invasores do teu (en)canto
se arrastam em intrigas:
- solitária ninfa entre fantasmas e anjos fulvos
www.escarceunario.blogspot.com
Aline
ResponderExcluirAdoro as formas visuais que sua poesia me faz imaginar.
Muito bom.
Aline,
ResponderExcluirvc se espelha em uma fauna mitológica toda própria, enquanto tua poesia nos alumbra.
Ao contrário do enlace efêmero entre os deuses, tua escrita grava-se fundamente.
Abraços!
Lindo. Sensivelmente lindo. Adorei, Aline Barra. Eros e Psiquê. Esse mito é fabuloso, a imagem, também. Lembrou-me o "Banquete" de Platão e de toda essa carga paradoxal que é o amor. Fiz uma poesia que segue, a princípio, temáticas parecidas. Chama-se "A Penúria do Amor", está disponível no meu blogger. Acabei de conhecer o blogger de Macabea de La Mancha e, aproveite, pra visitar o seu... Só tive a ganhar com isso. Parabéns...
ResponderExcluirOi Maxwell!
ResponderExcluirSeja bem vindo aqui! É sempre um prazer ter novos olhares!
Fico muito feliz que tenhas chegado até mim pela Macabéa. Adoro esse entrelaçamento cibernético!
Abraços! Vou indo ao teu canto...