Homem Vitruviano - Leonardo Da Vinci, 1940 |
Tal qual Narciso que após perder sua gêmea
passa a buscá-la na contemplação da própria imagem no lago
Também nós, míopes de nós mesmos
vemos no outro o nosso gêmeo perdido
E apaixonamo-nos por ele
E apegamo-nos a ele
Cegos, desatinados
Ávidos por uma fusão de corpos e almas
Na tentativa de unir o separado
E o perdemos
Perdemo-nos, repetidamente
Pois não há separação
Somos vitruvianos, simétricos, inteiros
Se queres Eros
Não te enganes na contemplação de Narciso
Ao contrário,
feches os olhos
e aprendas a ver (n)o escuro
de si.
(Aline Barra - 17/03/2012)
Genial Aline!
ResponderExcluirQuão difícil parece ser nos sentirmos inteiros. Construir o self sem lacunas. Mas se assim fosse buscariamos as outras pessoas?
ResponderExcluirQue busquemos, no fundo de nossa escuridão, o rosto de Eros, que descobriremos sem ver.
Sua poesia consegue revelar as sutilezas presentes nos profundos recônditos da alma. Aline, ler o que você escreve é ter uma experiência de cura estética.
Pedro, estava sentindo tua falta por aqui... Obrigada!
ResponderExcluirRobert, fico realmente muito feliz com esta tua leitura da minha poesia. Mas vc me deixou sem palavras com "uma experiência de cura estética"... Obrigada, sempre!
Pensando sobre esta condição de se ver no escuro de si, cheguei a conclusão de que: A solidão nos torna fortes porque nos obriga a encontrar em nós mesmos aquilo que procuramos nos outros.
ResponderExcluirAdoro seus poemas! Obrigada por suas visitas!!
Beijão potiguar procê!
Camila
É isso, Camila!!!
ExcluirE, a partir daí, aprendemos a co(m)partilhar. ^_^