Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



sábado, 17 de março de 2012

Sobre mitos, perdas e apegos...


Homem Vitruviano - Leonardo Da Vinci, 1940



Tal qual Narciso que após perder sua gêmea
passa a buscá-la na contemplação da própria imagem no lago

Também nós, míopes de nós mesmos
vemos no outro o nosso gêmeo perdido

E apaixonamo-nos por ele
E apegamo-nos a ele
Cegos, desatinados
Ávidos por uma fusão de corpos e almas
Na tentativa de unir o separado

E o perdemos
Perdemo-nos, repetidamente

Pois não há separação
Somos vitruvianos, simétricos, inteiros

Se queres Eros
Não te enganes na contemplação de Narciso

Ao contrário,
feches os olhos
e aprendas a ver (n)o escuro 
de si.

(Aline Barra - 17/03/2012)

5 comentários:

  1. Quão difícil parece ser nos sentirmos inteiros. Construir o self sem lacunas. Mas se assim fosse buscariamos as outras pessoas?
    Que busquemos, no fundo de nossa escuridão, o rosto de Eros, que descobriremos sem ver.

    Sua poesia consegue revelar as sutilezas presentes nos profundos recônditos da alma. Aline, ler o que você escreve é ter uma experiência de cura estética.

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  2. Pedro, estava sentindo tua falta por aqui... Obrigada!


    Robert, fico realmente muito feliz com esta tua leitura da minha poesia. Mas vc me deixou sem palavras com "uma experiência de cura estética"... Obrigada, sempre!

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  3. Pensando sobre esta condição de se ver no escuro de si, cheguei a conclusão de que: A solidão nos torna fortes porque nos obriga a encontrar em nós mesmos aquilo que procuramos nos outros.

    Adoro seus poemas! Obrigada por suas visitas!!

    Beijão potiguar procê!

    Camila

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    1. É isso, Camila!!!
      E, a partir daí, aprendemos a co(m)partilhar. ^_^

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