Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



sábado, 29 de novembro de 2014

escafandristas


a gente vive reivindicando amor
queremos ser amados queremos amar queremos amor
queremos e até amamos

porque amar é fácil
sofrer por amores perdidos ou não correspondidos
é infinitamente fácil - temos talento para o sofrimento e a vitimização

insuportável é ser amado

de todas as violências
ser amado é a que mais assombra

saber-se amado é paralisante

disseram os gregos que eros é união e potência
discordo
eros é - antes
nó na garganta dor na barriga e pernas bambas

eros é desconstrução desabamento inundação

suportar o amor não é para o corpo - frágil
é para a alma
bailarina - nua e míope

_Aline, 29/11/2014.




** Dialogando com o poema "corpo é casca deferida", de Líria Porto.

2 comentários:

  1. Amor, amores: são muitos, às vezes antagônicos, de conceito indefinido. Amor quase nunca é a mesma coisa para os que dizem amar. Eros pode ser um conceito melhor se ele coincidir com a própria força vital: elán vital como diz Bergson, vontade de potência como diz Nietzsche, libido como quer o Freud. Mas no fim quem sempre tem razão, a grande razão, talvez por ser o lugar onde o esbanjamento da vida acontece, é o corpo.

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  2. Sim, o corpo, Robert... O Corpo
    nem sempre com porta.

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