Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

V e r m e l h o ______


o coração o sol o fogão

Vermelha
a paixão a cama a menstruação

Vermelho
o pudor o poder Stop

Vermelhos
o corte a corte
a China, o Tibet e o Japão

Vermelha
a vida

Ver-me-lho em mim


_Aline, 05/11/2014.


Pablo Picasso, O Sonho.


2 comentários:

  1. Gostaria de me perder nesse vermelho do qual nunca terei acesso, Aline. A vida dura um espaço muito curto de tempo. O que é 80, 90 anos no máximo, para uma vida que estará aí eternamente? Aprisionamos a vida pela moral, pelos valores arbitrariamente estabelecidos. Mas no fundo somos a liberdade infinita, a comunhão infinita, o anseio último de expandir a vida, ou seja, vontade de potência. Nos desentendemos como seres fechados em nós mesmos. Não percebemos a fluidez da vida. Há uma camisa de força cultural impedindo nossa expansão e autonomia. Quem tenta se expressar pela arte busca dar vazão a seus instintos, ao que há de mais vivo e natural em nós: um ditirambo dionisíaco. Talvez a arte, a poesia seja uma transfiguração, uma sublimação daquilo que somos e espiritualizamos pela beleza da poesia. Queremos estar sempre vivos, não só como conceito, mas numa experiência contínua e ininterrupta. A poesia, de certa forma, nos possibilita isso. Adoro partilhar, seja como leitor ou lido, essa experiência contigo, Aline. Pois aprofundamos no caos. E por esse caos interior, como diria NIetzsche, podemos dar a luz a uma estrela bailarina. Muita poesia, mas sobretudo, muita vida pro cê, Aline!

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    1. Obrigada, Robert!!
      Você sabe: esta poética é recíproca. E seguiremos co-partilhando! ;)

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