Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Das ampliações das lentes paulistanas: solidão



Arte de Michelangelo Merisi da Caravaggio




São Paulo é uma máquina de ampliar as coisas.
Aqui tudo é grande.
E eu que já desconfiava, agora tenho certeza: sofro de solidão [GRANDE].
Mas não é solidão de falta de companhia.
Não é gente o que me falta. 
É alma; afim. Enfim.
Sofro de solidão de alma sem eco.
Não sei se meu grito é mudo. Ou se é a cidade que faz muito barulho.
Ou ambos.

Já troquei de cidade. 
Inútil.
Não consigo trocar de alma.


(Aline Barra – 06/02/2013)


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

amor de carnaval em chuva de verão


caia uma chuva mansa
colorida de confetes
e o amor passou com olhos brandos
de quem colhia o carnaval sem pressa

olhou-me
com leveza
fez-me sorrir

depois parou
voltou
e disse ter gostado de algo em mim

talvez o enfeite de miney em minha cabeça

mas acho que não
porque ele preferiu enfeitar-se do vermelho da minha boca

- antes de seguir o trio elétrico –

(Aline Barra – 04/202/2013)



** Foto de Margot Félix. Vale a pena conferir outros olhares: https://www.facebook.com/MargoFelixFotografia