Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



segunda-feira, 23 de março de 2015

Blog novo no ar!!!

Pessoooas,

meu novo blog acaba de raiar!! (Sim, à noite, como um bom filho da lua!)
Zoé já está no ar, de cara nova e em novo link.
Aí vai, ó, pra quem quiser conferir: http://alinebarracarvalho.blogspot.com.br/

Beijokas!
E até lá!



quarta-feira, 18 de março de 2015

Prezados,

o Psicodelismos em prosa cumpriu seu tempo, e encerra aqui sua prosa.
Estou elaborando um novo blog, que, por enquanto, tem por nome "Aurora", ou seja, está alvorecendo. Assim que raiar, compartilharei aqui o novo link.

Agradeço muitíssimo o carinho e a presença de todos que estiveram comigo nestes cinco anos de vida prosaica!

Há braços! E até breve!
Aline,
18/03/2015.

Amor de figueira



abraço
envolvente




ou
morte
por estrangulamento
?






_Aline, 18/03/2015.
| para um Príncipe, desencantado |



sábado, 14 de março de 2015

Je ne t'aime plus. Non, non.



Não.
Eu não te amo. mais. 

Eu me amo [en fin]
E porque me amo [e só porque me amo]
posso [inclusive] dedicar a ti
 o meu amor.

Assim
 Cheio
de graça
 Oui !


















_Aline, 14/03/2015.


Pós-parto


Era noite. 
O interfone tocou, chamando-a para a rua. Ela saiu. Foi recebida com céu estrelado e paineira florida. Ambos a lhe saudarem com a mensagem de que a vida permanecia pulsante apesar da chuva torrencial que desabara nas últimas horas. E ela, de repente, percebeu que os porquês eram desnecessários, que a vida é um grande mistério e que querer entendê-la  e explicá-la pode ser só mais uma maneira de não vivê-la. De não estar inteira nela e nela inteira. E percebeu que viver pode ser apenas um sonho em estado de vigília [seja como for, sempre se acorda]. E, de súbito, deu-se conta que não mais sequer sabia se sonhara ou despertara. Mas tinha duas certezas: pulsava, e via-se recém parida [dos escombros].

_Aline, 14/03/2015.



Maria-sem-vergonha, pelos olhos de Margot Félix.
















sexta-feira, 13 de março de 2015

saudade ...



pássara 
em queda livre
atingida em pleno 
                        voO                 
 V.v
    
    v.
     
    .


_Aline, 13/03/2015.


Cena no filme Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho.





       

quinta-feira, 12 de março de 2015

das naturezas ígneas :


acordeu. era noite
mas ele a ignorou
penetrou. cegamente. pelas frechas



ecoando
 acordou
Eros

era o sol

adentrando a \minha/ 
caverna e (se)
 fazendo

Amor
!





_aline, 15/03/2015.

terça-feira, 10 de março de 2015

: hortografia



  


e o que seria a vida 
(e o amor)

senão a estúpida tentativa 
de domínio da língua? 

somos linguagem 
tentativa parca de expressão 
e só
.
.
.



_Aline, 10/03/2015.


domingo, 8 de março de 2015

N(us)ós


Quanta memória
(n)um 
corpo comporta

( !? )


_Aline, 08/03/2015.



Fotografia de Marlon de Paula


** Inspirando na perturbadora (no melhor sentido da palavra) fotografia de Marlon de Paulahttps://www.facebook.com/pages/Marlon-de-Paula/1461897490702364?fref=ts

segunda-feira, 2 de março de 2015

Aurora_


é um menino
e escolheu chamar-se
Bernardo
é filho do ínfimo
das coisas invisíveis

nasceu da violência abrupta da água
batendo na pedra
_penetrando
vão por vão, fenda por fenda
até o lodo_

e do encontro fugaz
do sol com a lua
num dia nublado

Bernardo é vaga-lume e orvalho
ponto de luz da noite escura
e acalento das manhãs de inverno

Bernardo é Aurora_


_Aline, 02/03/2015.


Fotografia de Margot Felix

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

<< des(a)pertar >>


despetalou-se  ~ a rosa ~
foi
com o vento
e as cinzas  ~ do passado ~

ficou a mulher.
e o amor.

(a bailar.em)





_Aline, 27/02/2015.


Fotografia: Jean Claude Sanchez

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

balé


anor
       exia

                        |asfixia|

                                           a prax ia


a palavra não dita
o amor não vivido
o               não nascido

o corpo acolhe a recusa do Outro
e acomoda (se) como pode

(entre) faltas e excessos



_Aline, 26/02/2015.



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sobre amor. e carnaval


você percebe que encontrou o amor
quando no carnaval _aquela festa dionisíaca
em que muitos deuses estão presentes
sua atenção se volta para o bloco de palhaços e o culto ao deus menino
                                                                                                            [Eros

e percebe que encontrou o amor
quando o carnaval passa por você
percorrendo suas veias em cada nova volta da fanfarra
_despertando com balão mágico vidas há muito adormecidas

e você finalmente descobre o que é carnavalizar
quando se pega dançando consigo
_em meio a tantos deuses

porque sabe que apenas um tem a chave que abre a tua caixa
de Voluptas

_e que ele já está no teu corpo
                                           [que dança.


_Aline, 25/02/2015.







segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

naufrágio [em amar de rosas]


e por mais uma vez querer coroar-se em flor
termina escorregando em água e encontrando
chão

recolhidos os cacos restam
buracos

um cotovelo ferido
e uma dor que não cessa


"viver é perigoso"

Fotografia de Kalyn Hawkins






















_Aline, 23/02/2015.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

deserto__

                     

                                espelho.
                                nós



                           
                                silêncio .
                                entre o céu e o mar

                                                                           __azul



Cena do filme "Deserto Azul", de Eder Santos.



_Aline, 01/02/2015.

*Inspirado no filme "Deserto Azul", de Eder Santos | MG - Brasil.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

verão **


a gente se queima rasga descama recompõe
e ao fim

               embriaga-se em creme de passos
                                                        [ ao rum.



_Aline, 19/01/2015.





sábado, 17 de janeiro de 2015

concreto


palavra silenciada
fantasia partida
realidade
afixada

entre paredes de duro branco
pele descamada e poesia ressequida

único toque veemente? o do telefone
a voz doce: para ouvidos outros


rosa desejou o mar o ar a redoma
qualquer coisa que protegesse do vento
da realidade

em vão: só encontrou cimento e repetição

[que seja vento
e leve
então]


_Aline, 17/01/2015.


Fotografia de Margot Félix




sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

<< érotique >>


inscrito na alma
descrito no tempo
gestado na poesia
                             _de desenhos imaginários

gravado no corpo:

uma palavra para cada curva
reticências pra cada vão
quebras rítmicas para decidas íngremes

_contenção instintiva:
o amor é violento_

[Rosa é flor caótica
ornada de espinhos
por temer invasões]

erótica é a existência do amor
que precisa suportar as erupções
pra manter ativo o vulcão
                                         _e prover solo fértil
na lava arrefecida_


_Aline, 02/01/2015.


Fotografia de Anderson Mendonça


domingo, 21 de dezembro de 2014

** solstício **


acordei rosa. flor
mas primavera já era

ouvi passos. lentos
é o tempo
trazendo de longe. verão*


_Aline, 21/12/2014.


Arte de Vincent van Gogh


"Se não ardemos, quem iluminará a noite?"
| Henri Michaux |



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

<< in lumina dor >>


quando sol e lua se eclipsam
o que era possu ir |?|
vira poço
sem fim

ele aquece
ela se derrete

__e
o que antes a-penas
pensava em partir

agora sabe. só
querer
estar__

enfim ...

_Aline, 19/12/2014.


Arte de Amadeo Modigliani, 1916.