Psicodelismos em prosa

À Quintana:

E todos aquilos
que um dia atravancaram o meu corpinho
(...)

Eles passaram.
Eu passarinho! v.V

_Aline, 21/03/2015.



domingo, 18 de dezembro de 2011

Um conto [quase] fabuloso:



ele vive em paz
na solidão do teu pântano moderno
não quer ser incomodado
não precisa de companhia

ela, em estado latente
há anos submersa
ameaça emergir no lago de águas turvas

ele a admira e gosta de saber que
ela existe nas profundezas dos teus arredores
mas também sabe que caso desabroche
tua beleza despertará outros seres adormecidos 
naquela selva de pedras

e ele tenta não fitá-la
pois bem sabe que o teu olhar pode fazer brilhar
o sol que transformará o botão na jóia de mil cores

ele é o Ogro
um herói solitário
que teme desabrolhar a Flor de Lótus


(Aline Barra - 18/12/2011)

2 comentários:

  1. Como representante dos Ogros modernos ou pós-modernos também temo desabrolhar a Flor de Lótus, no entanto arrisco acordar os seres adormecidos na selva de pedra. Nada pode ofuscar a beleza, nem tanto física, mas sobretudo poética dos seres, que é o motor secreto girando toda existência. É preciso promover a beleza singular que está detrás das aparências. Viva o herói solitário que não mais temeu e arriscou ser corajoso!

    Ótima sacada poética! Aline você tem feeling e nos presenteia com seus sensíveis escritos.

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  2. Robert, o que posso dizer...
    A sacada foi tua.

    Obrigada! Abraços!

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