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Homem Vitruviano - Leonardo Da Vinci, 1940 |
Tal qual Narciso que após perder sua gêmea
passa a buscá-la na contemplação da própria imagem no lago
Também nós, míopes de nós mesmos
vemos no outro o nosso gêmeo perdido
E apaixonamo-nos por ele
E apegamo-nos a ele
Cegos, desatinados
Ávidos por uma fusão de corpos e almas
Na tentativa de unir o separado
E o perdemos
Perdemo-nos, repetidamente
Pois não há separação
Somos vitruvianos, simétricos, inteiros
Se queres Eros
Não te enganes na contemplação de Narciso
Ao contrário,
feches os olhos
e aprendas a ver (n)o escuro
de si.
(Aline Barra - 17/03/2012)